Câmara de Salvaterra assinalou 8º aniversário da Falcoaria em Portugal como Património Imaterial
🕒 2024-12-03 18:30h
A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos assinalou domingo, 1 de dezembro, o 8º aniversário do Reconhecimento pela UNESCO da prática da Falcoaria em Portugal como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
As comemorações contaram com a apresentação da obra “Tratados de Falcoaria - Coletânea Séculos XIV - XVI“ e com a inauguração da 2ª edição da exposição “Falcoaria no Mundo“, dedicada a Salvaterra de Magos e a Valkenswaard (Países Baixos), cidade com a qual o Município de Salvaterra de Magos está geminado desde 1995. A iniciativa contou, por isso, com a presença do Presidente de Valkenswaard, Anton Ederveer, a Vereadora Mieke Theus e o diretor do Museu da cidade, Kees Streng.
O Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos saudou a presença da comitiva vinda de Valkenswaard e explicou que “no século XVIII foi dessa região que chegaram os mais prestigiados falcoeiros europeus que ficaram aqui na Falcoaria Real ao serviço do Rei de Portugal. A presença destes falcoeiros faz parte da história deste edifício setecentista e também da origem de alguns habitantes, na medida em que muitos daqueles se fixaram definitivamente na Vila, constituindo família, deixando por isso descendência“.
A 2ª edição da exposição “Falcoaria no Mundo“ pretende assim “evidenciar a amizade entre dois municípios, uma relação que tem perto de três séculos de história“, acrescentou Hélder Manuel Esménio.
Na ocasião foi também reafirmada a geminação entre os dois municípios pela importância que a falcoaria continua a ter hoje tanto para Salvaterra de Magos como para Valkenswaard.
Anton Ederveen, Presidente do Município de Valkenswaard, afirmou: “congratulo-me com o facto de os laços entre Salvaterra de Magos e Valkenswaard estarem a ser renovados, tendo o falcão e a falcoaria um papel importante neste processo“.
O evento das comemorações do 8º aniversário contou igualmente com a apresentação da transcrição e tradução de um manuscrito, intitulado “Tratados de Falcoaria – Coletânea séc XIV – XVI“, proveniente da antiga Livraria do Convento da Arrábida – Fundação Oriente, um projeto iniciativa da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos. Trata-se de um documento que fala sobre “as doenças que afligem os falcões“, cuja tradução foi sugerida pela Doutora Natália Correia Guedes e que contou com tradução do Professor Filipe Themudo Barata e com a colaboração da Doutora Nunziatella Alessandrini.
“Estudar esta obra tornou-se uma tarefa interminável, onde muitas palavras, pela sua terminologia antiga, careciam de muito tempo para a sua compreensão. Decidimos apresentar o resultado de um trabalho de quase 4 anos por considerarmos a sua publicação muito importante para o estudo desta prática“, explicou Hélder Manuel Esménio.
A Falcoaria Real é um edifício de inegável valor histórico e arquitetónico, daí que a Câmara Municipal tenha registado em 2014 a marca Salvaterra de Magos – Capital Nacional da Falcoaria, criado o Centro de Documentação - que reúne um importante espólio bibliográfico e que está ao dispor de quem queira estudar esta temática -, dinamize a organização de diversas exposições, apoie a realização de cursos de iniciação à falcoaria pela Associação Portuguesa de Falcoaria e tenha inaugurado, o ano passado nesta data, a estátua “Falcoaria“. Ao mesmo tempo, desde 2014, todos os anos, tem sido editado um livro para os mais novos, distribuído gratuitamente, dando a conhecer a história e a identidade do concelho.
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