A cantora e compositora Catarina Almada acaba de lançar o álbum “Era uma vez… e voou!”, produzido por José Cid. O primeiro single, “Looping”, já está a dar que falar e marca a estreia de Catarina nos originais.
A cantautora independente Catarina Almada estreiase nos originais com o álbum “Era uma vez… e voou!”
“Portuense de Gema” com costelas do Douro ao Minho e mais uma em Lisboa. É uma bela portuguesa com certeza!
Catarina Almada é uma cantora e compositora que habita o cruzamento entre o jazz, a pop e a tradição lusófona, com a mesma elegância intimista de uma Norah Jones ou Melody Gardot, a liberdade criativa e irreverência de Rita Lee, e a espiritualidade calorosa de Sara Tavares. A sua música cria atmosferas envolventes e cinematográficas, não muito distantes da melancolia de Lana Del Rey, mas com raízes portuguesas que dialogam com a sofisticação de Maria Mendes, a intensidade fadista de Carminho. Entre harmonias vocais ricas, uma presença emotiva e a ousadia de misturar géneros, Catarina Almada afirma- se como uma voz singular, capaz de honrar a tradição e reinventá-la em cada canção.
Artista independente, Catarina vive a música como um desafio permanente e uma entrega de corpo e alma. Recusa ser colocada em caixas: cada projeto é construído como uma obra única, com a sua linguagem própria, tal como um ator se entrega a cada papel. Quem a acompanha sabe que a sua força está na mudança e na evolução — porque um verdadeiro artista não gosta de pintar sempre o mesmo quadro.
A música acompanha-a desde cedo: começou no ballet, com 6 anos, e aos 17 subiu pela primeira vez a um grande palco no espetáculo solidário Amigos no Palco, cantando I’m Walking on Sunshine perante 800 pessoas, ao lado de nomes como Azeitonas e Best Youth. A partir daí, o “bichinho do palco” nunca mais a largou.
Aos 21 anos descobre o fado em Lisboa, mergulhando no seu cancioneiro e convivendo com músicos e vozes que a marcaram profundamente, como Jaime Santos, Pedro de Castro, Joel Pina, Maria João Quadros e João Braga. Foi ao ouvir Carminho e Maria João Quadros que sentiu a urgência de aprender mais, absorvendo aquela forma de cantar e escrever que é libertação e verdade.
Pouco depois surge o jazz. Catarina forma-se em canto jazz no Hot Clube de Portugal, onde estudou com nomes como Paula Oliveira, Vânia Fernandes e Joana Machado, e foi orientada por Bernardo Moreira, primeiro contrabaixista em Portugal e pai de grandes músicos, que lhe transmitiu o valor da história, da cultura e da essência musical. Para Catarina, fado e jazz cruzam-se: ambos têm um cancioneiro próprio e pedem entrega total. Daí extrai referências que aplica na escrita, na composição e na forma como vive, tanto na melodia como na palavra cantada.
Em 2012 foi finalista do Ídolos, ficando em 7º lugar. O programa deu-lhe visibilidade, mas também a certeza de que precisava procurar mais fundo. Foi nesse momento que surgiu o chamamento da composição. A primeira canção, “O Colar da Nossa Vida”, nasceu a partir de uma quadra do casamento dos seus bisavós maternos. Essa herança familiar — uma linhagem de pessoas que escreviam, cantavam e tocavam guitarra portuguesa — revelou-se a raiz do seu próprio caminho como cantautora. O processo criativo prolongou-se até ao videoclip, onde Catarina narra a vida da música e a sua ligação à memória.
Esse foi o início de uma descoberta maior: a composição como identidade. Desde então, não só canta, mas escreve, compõe e produz. Foi também nesse percurso que, durante o confinamento, surgiu “Há mais marés que marinheiros”, criada ao vivo num momento de improviso, estilo FKJ, mostrando a Catarina criadora em estado puro.
Ao longo do caminho já pisou palcos de referência como o Campo Pequeno, Palácio da Bolsa, Panteão Nacional, Mosteiro dos Jerónimos, Alfândega e Casa da Música. Representou Portugal na China, a convite de consulados e embaixadas, e em 2023 cantou na Cimeira de Arraiolos, perante líderes europeus e o Presidente da República, dando voz à sua veia fadista. Atuou em cidades como **Macau e Pequim**, levando a sua voz além-fronteiras e afirmando-se como verdadeira **embaixadora da música portuguesa**. Recorde-se ainda que foi **finalista do Ídolos 2012**, momento que a apresentou ao grande público e lhe deu a visibilidade necessária para seguir o seu caminho autoral.
2025 marca um ponto alto do seu percurso: o lançamento do álbum de estreia “Era uma vez… e voou!”, produzido por José Cid e apoiado pelo Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores. O disco surpreende pela leveza, cor e portugalidade, refletindo uma estética retro-pop divertida e teatral. O álbum foi **gravado no estúdio analógico de José Cid**, com apoio do **Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA)**, o que reforça a dimensão artística e cultural do projeto.
O primeiro single, “Looping”, conta a história de uma mulher apaixonada por um piloto de avião que sonha viver um amor nas nuvens, com humor e fantasia à maneira das míticas Doce. A canção conquistou o público em 2024, levando Catarina a palcos e festas como Esposende, Anadia, Santa Marinha do Zêzere, Casa da Música, Matosinhos, Festas de Sant’Ana e o Porto & Douro Festival. “O público nem conhecia a música e já cantava o refrão, a dançar e a bater palmas”, recorda a artista.
Para celebrar o lançamento, Catarina preparou três concertos especiais ligados às suas raízes: Ponte de Lima, evocando a infância em casa dos avós paternos; Paredes, terra materna que inspirou a canção “O Colar da Nossa Vida”; e o Casino de Espinho, palco que pisou pela primeira vez aos 16 anos e onde regressa agora, a 17 de outubro de 2025, para um jantar-concerto a solo.
Em 2026 prepara-se para desbravar novos palcos e novas músicas, sempre fiel à autenticidade e ao poder transformador da arte.