A Cartágua e a relação que estabelece com os clientes foi levada à reunião de Câmara do Cartaxo da passada semana, com uma munícipe a lamentar as dificuldades em obter informação.
Anabela Amorim acusa a Cartágua de altivez. “A Cartágua, para mim, tem sido, em sucessivas situações, muito obstinada em prevaricar. Prevaricar e não só, não esclarecer as pessoas quando necessário. A situação é sempre de altivez, de regressão de informação de cada vez que se liga e se precisa questionar alguma coisa. E eu cheguei à situação de pensar que vou contornar isto, porque estar a bater de frente com pessoas que não conseguem dizer que sim ou que não, que andam ali no nim, não consigo resolver as coisas”.

Em causa, a obrigatoriedade de pagamento da taifa de disponibilidade de saneamento, mesmo sem dispor deste serviço. Anabela Amorim vive em Casais Lagartos “e a minha rua não tem ramal de saneamento”. Não obstante, a munícipe estranhou a inclusão da tarifa de disponibilidade de saneamento na fatura da água, uma vez que não dispõe do serviço. Além disso, a inclusão desta taxa aumentou substancialmente a fatura mensal, porque “se eu pagava, por mês, à volta de 45 euros de água, eu agora passei a pagar 89, 90 euros. Isto é um absurdo”.

O presidente do Município, João Heitor, disse ter conhecimento de queixas no mesmo sentido, “e obviamente não ficamos satisfeitos com isso e damos nota à concessionária de que, quando isso acontece, não deve acontecer, temos de tratar os munícipes todos com o máximo de respeito e ajudá-los sempre a esclarecer as suas dúvidas, as suas questões e a melhorar aquilo que é o serviço público”.

Já no que respeita ao pagamento da tarifa de disponibilidade de saneamento, “até há uns tempos, só se cobrava a quem estava ligado à rede. Entretanto, por indicação da ERSAR, passou a ser cobrada a toda a gente que tem contrato de abastecimento, porque se pressupõe que toda a gente tem saneamento. Mas, de facto, às vezes as coisas não são assim”.

No que respeita à rede de saneamento de Casais Lagartos, já está adjudicada a empreitada de reparação, revelou o autarca. “Temos indicação de que as obras podem demorar, no máximo, dois meses, o que quer dizer que, até meados deste ano, os munícipes de Casais Lagartos têm condição para se ligar à rede”, acrescentou João Heitor.