Dia Mundial da Trombose
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Dia Mundial da Trombose: a importância de conhecer e prevenir
No dia 13 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Trombose, uma iniciativa internacional que visa alertar para a relevância do Tromboembolismo Venoso (TEV).
Apesar de representar um problema de saúde pública de grande dimensão, continua a ser subdiagnosticado e, muitas vezes, negligenciado na sua prevenção.
A apresentação clínica pode variar desde formas assintomáticas até quadros graves, com risco de morte súbita. A inespecificidade dos sintomas, em particular na embolia pulmonar, contribui para o atraso diagnóstico.
O TEV resulta da interação de diversos elementos descritos na clássica “tríade de Virchow”: estase venosa, lesão endotelial e hipercoagulabilidade. Entre os fatores mais relevantes destacam-se:
Cirurgia e traumatismos major.
Internamento prolongado e imobilização.
Cancro ativo e terapêutica oncológica.
Gravidez e puerpério.
Idade avançada, obesidade, tabagismo e sedentarismo.
Trombofilias hereditárias ou adquiridas.
A coexistência de múltiplos fatores potencia significativamente o risco. Na sua maioria, os episódios de TEV podem ser evitados através de estratégias preventivas adequadas.
Em meio hospitalar, a avaliação do risco trombótico deve ser sistemática, permitindo identificar doentes candidatos a profilaxia farmacológica (anticoagulantes em dose preventiva) ou mecânica (meias elásticas, dispositivos de compressão).
A mobilização precoce e a hidratação adequada são medidas universais de baixo custo e elevada eficácia.
Em ambulatório, a sensibilização para o estilo de vida ativo e a cessação tabágica são fundamentais.
O objetivo do tratamento é evitar a progressão do trombo, prevenir a recorrência e reduzir a mortalidade.
A anticoagulação constitui a base da terapêutica, com escolha do fármaco e duração ajustados ao risco individual.
Em casos selecionados, como EP de alto risco, podem ser necessários métodos de reperfusão (trombólise, embolectomia cirúrgica ou intervencionista).
Mesmo após a fase aguda, o TEV pode originar complicações de impacto significativo:
Síndrome pós-trombótico, caracterizado por edema persistente, dor crónica e alterações cutâneas.
Hipertensão pulmonar tromboembólica crónica, sequela rara, mas grave da embolia pulmonar.
O seguimento clínico regular é crucial para identificar precocemente estas situações e otimizar a terapêutica anticoagulante.
Lembramos que o TEV é uma condição frequente, potencialmente fatal e largamente prevenível. A consciencialização, a aplicação criteriosa de medidas de profilaxia e o reconhecimento precoce dos sinais de alerta são passos determinantes para reduzir a sua carga global.
No Dia Mundial da Trombose e no combate à trombose venosa, a informação e a prevenção são nossas maiores aliadas.
Artigo de opinião de Inês Furtado - Núcleo de Estudos da Doença Vascular Pulmonar da SPMI / ULS Santo António no Porto
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